Minha história com arranjos vocais – parte 2

Já chegamos à parte 2 sem ainda nem sair do ano de 1995!

Pois bem, lá estava eu no coral do colégio. Não era uma formação coral tradicional, estava mais pra um grupo de canto. E, por incrível que pareça, o grupo era dividido em tenores, baixos e mulheres! :)

Em 95, fizemos boas apresentações nas missas. Não criei nenhum arranjo vocal significativo, mas criamos, sim, versões inovadoras para algumas músicas. A música velhíssima de igreja chamada Palavra (“Palavra não foi feita para dividir ninguém, palavra é a fonte onde o amor vai e vem…”) ganhou uma versão RAP, com percussão vocal e tudo. Tempo Perdido, da Legião, virou música de ação de graças(!), numa versão mais lenta.

O coral continuou! Lembro da nossa vontade de fazê-lo acontecer. O professor Ricardo acabou saindo do colégio. Nós resolvemos continuar o grupo mesmo sem nenhum coordenador mais velho. E aí que a coisa começou a surgir ais forte pra mim: comecei a, na marra, criar os arranjos.

Eu não sabia ler partitura, nem escrever. Então, os arranjos eram criados por mim e escritos na própria letra, sublinhando as partes de cada um, ou escrevendo “aa – mulheres” em alguma parte… E foi assim que eu comecei a produzir arranjos vocais. E, nesta época, eu comecei a ouvir muito mais os grupos vocais. Passava tardes inteiras tentando tirar arranjos, ou tentando gravar os que eu fazia, sempre naquele esquema multitrack de fita cassete.

E assim foi até 1998, quando saí do coral do Dom Bosco. Escrevi arranjos desta forma durante todo esse tempo. Mas, em 98, comecei a estudar música formalmente. Conhecia mais e melhor os grupos vocais acapella, como Take 6, que eu tentava tirar os arranjos. Me aventurei mais nas composições a muitas vozes. No final de 97 compus um Santo, e no meio de 98 compus meu Kyrie, feita no teclado e que anos depois eu fiz com o Laugi. Este aqui:

Mas ainda não escrevia nada. O Santo foi escrito pelo Beto Penido, no computador dele. E aquilo eu achei fantástico, pois o computador tocava o que você escrevia. Isso foi revolucionário para mim, e aí chegamos à parte 3!

5 responses to this post.

  1. Muito bom conhecer a sua história e relação com os arranjos vocais, Paulão!
    Estou acompanhando com muito interesse!
    Abraço!

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  2. Haha, adorei essa segunda parte. Nós que conhecemos o Paulones (carinhoso apelido que me permito citar aqui) assim já tão mestre e fantástico nem imaginamos que ele tenha passado pela fase “Não sei ler partituras, – aa mulheres na letra”.

    Engraçado, essa música que você falou, “Palavra”, em 1995 eu a estava cantando lá no Rio de Janeiro, num grupo espírita de estudo infantil que eu frequentava… imagina que enquanto isso você a transformava em RAP aqui em Brasília :)

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  3. Posted by AnaLu on 09/10/2010 at 13:42

    Muito fera, Paulão. Não conhecia sua história. Continue firme com o blog, está ficando muito bom!
    Beijo!

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  4. Posted by Roberto Penido on 09/10/2010 at 19:36

    Opa! Peguei meu nome sendo citado por aqui! hahaha!

    Nada como um programinha pra ajudar a gente, hein? hehehe!
    Só pra você saber, aquele programa se chama NoteWorthy Composer, e pode ser baixado gratuitamente a partir do site http://www.noteworthysoftware.com/

    E foi com você que eu comecei a gostar de Take 6! :D

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    • Posted by Roberto Penido on 09/10/2010 at 19:38

      Pô, agora que eu fui ver… vc já sabia!
      Era ruinzinho, mas dava pro gasto, vai! hehehe!

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